segunda-feira, 27 de outubro de 2008

UnB - 13 de junho

O dia de hoje na Universidade de Brasília foi primoroso. Deixou em mim um sabor especial e o gostinho de quero mais impresso pela professora Dra. Patrícia Vieira. Ela nos trouxe a palavra e suas implicações nos gêneros e tipos textuais, marcando a diferença entre um e outro. Falou com paixão da lexicografia. Nos provocou com algumas perguntas, entre elas: por quê estudar gêneros e tipos textuais na escola? Comecei a inferir... A professora Patrícia nos surpreendeu com a resposta: pra ser feliz! Claro! Por que não? Quando você entende o que lê, quando percebe o enorme leque de possibilidades que a língua oferece você é mais feliz!
Esta visão de que o estudo da palavra e da língua não precisa ser algo enfadonho ou uma cobrança constante é maravilhosa. Perceber que o estudo pode ser muito prazeroso muda toda uma prática enraigada na escola, não só nas aulas mas também na avaliação. E conseqüentemente, os resultados do Rendimento Escolar (que está baixo), pode mudar. A possibilidade de aulas mais interessantes onde os alunos não fujam da sala de aula para "pular" o muro. Antes, sintam necessidade de ali estar, onde sintam prazer na busca do conhecimento e este diferencial somos nós professores que podemos fazer.

Exemplo disso nos deu o professor Dioney esta tarde quando se apresentou e falou com muito carinho do professor que mudou sua vida: José Gadelha, professor de História que até hoje trabalha no CE 09 de Ceilândia, é apaixonado pelo que faz e acredita na escola. Professor Gadelha o ensinou a ler os livros e a ler o mundo que o cerca, mais que os professores de protuguês presos a um ensino gramaticista, infelizmente, confessou ele.
Mas o que é gramática? Como surgiu? Por quê nós, brasileiros, ficamos tão inseguros que precisamos nos apoiar na mulegramática (incompleta e incompreensível em tantas regras e excessões)? Por quê 75% do brasileiros são alfabetizados funcionais, segundo pesquisa do Instituto Paulo Montenegro, realizada em 2006?

Está evidente que esta maneira de ensinar a língua está equivocada. Por quê aprendemos outro(s) idioma(s) e não confundimos com a Língua Portuguesa. Conseguimos diferenciar um do outro nos momentos de fala, conforme o contexto em que nos encontramos. Por quê ao estudar a língua materna, que começamos a aprender ainda no ventre, temos tanta dificuldade? E mesmo depois de anos e anos de cadeira escolar e leituras nos sentimos inseguros com relação à Língua Portuguesa?

Está claro também que a Língua Materna não é a norma padrão que tentamos aprender e ensinar na escola. O Português Brasileiro é a língua que falamos e escrevemos em contextos menos formais. O Português de Portugal, a Norma Padrão (Norma Oculta, Marcos Bagno) é a língua oficial. O grande desafio é ensinar o Português Padrão na escola como segunda língua. Você já pensou nesta possibilidade?...

Para finalizar, o professor Dioney trouxe Mário Quintana para a conversa:

"A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa. Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo. Não importa que os compromissos, as obrigações estejam ali...Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!"

Lembrei-me de Antonio Machado:

"Caminante, no hay camino
el camino se hace al andar."

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